sexta-feira, 30 de março de 2007

Sobel

Eu tenho a impressão que líderes espirituais são péssimos em roubar. A bispa Sônia, por exemplo, escolheu o pior lugar do mundo pra esconder seu dinheiro da alfândega: a bíblia. Mó heresia, queimou seu filme.


O nosso amigo rabino Henry Sobel, por sua vez, fez a declaração mais estúpida do mundo depois de ter roubado umas míseras gravatinhas. Ele poderia ter dito "putz, foi mal, saí sem pagar e nem vi", ou até mesmo "gente, eu sofro de um distúrbio mental chamado cleptomania, vou me tratar", mas não, o que ele fez foi dizer que era tudo mentira e que aquela foto que saiu no jornal não é dele.


Como assim, ele tem um irmão gêmeo do mal? Ou será que os góis agora conspiram contra rabinos ianques?


O Henry Sobel não aprendeu que o maior crime que ele comete é insistir naquele maldito sotaque idiota.


Velho safado.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Remédios

Os meus remédios favoritos são o tylenol e o celebra.


Um celebrinha de manhã e você esquece da dor nas costas desenvolvida por anos de sedentarismo e o tylenol, que cura qualquer mal estar pós-moderno (menos a gastrite).


Genial mesmo é a cafiaspirina, só é menos interessante do que o nescafé com paracetamol.


Um polaramine antes de dormir ou logo de manhã, quando você sente que seu nariz está ficando aquela bosta por causa da rinite, e não existe doença mais maldita que a rinite, ela é a materialização patológica do espírito nerd.

domingo, 25 de março de 2007

Agrião

Eu não entendo a tara por rúcula, quando existe uma coisa muito mais sedutora e interessante chamada agrião.


O agrião é foda, tem aqueles caules grossos e ardidos e é um vegetal folhoso muito honesto e natural no jeito de ser, já a rúcula me irrita com sua índole prepotente, como quem realmente esbanja do privilégio de ter virado igrediente de pizza.


Comparativamente, o agrião seria a Marilyn Monroe e a rúcula seria a Natalie Wood do mundo das verduras.

sábado, 24 de março de 2007

Cocô

É muito desagradável usar um banheiro público e encontrar aquele cagão na privada.


Outro dia eu encontrei um que me assustou bastante, porque ele era incrivelmente grande, como que saído de um cu de um hipopótamo, e eu fiquei pensando que tipo de pessoa consegue cagar tamanha tora.


Muito mais do que a máxima "você é o que você come", eu acredito na "você é o que você caga", meus cocôs realmente refletem minha personalidade e, princpalmente, meu estado de espírito.

domingo, 18 de março de 2007

Gosto

Eu sou contrário à teoria que diz que gosto não se discute, acho que tudo se discute, principalmente religião. Eu também não acho que as coisas sejam tão relativas assim. Por exemplo, é um conceito absoluto que Scorsese é foda e que Bjork é uma merda e cabe discutir com o idiota que pensa o contrário.


Quanto ao meu gosto, tudo o que eu posso dizer é que tem muita coisa que só eu gosto (mas tenho que admitir que no fundo é ruim), e isso é extramamente conveniente, porque eu compro um halls de uva verde e ninguém fica me enchendo o saco pedindo bala.


Quanto ao gosto dos outros, eu nunca entendi a tara pela merda do sashimi de salmão.


No universo do passatempo, descobri que o sudoku é superestimado, se você pensar no assunto (é bem idiota pensar nesse assunto, então não duvido que você não tenha) descobrirá que a boa e velha cruzadinha é ainda a melhor opção de entretenimento sanitário (tem a punheta também, mas essa não rola enquanto você está cagando).

sábado, 17 de março de 2007

Evolução

Na lógica evolutiva, ter várias coisas em par faz sentido. Ter dois olhos ao invés de um, por exemplo, cria a sensação de perspectiva. Dois ouvidos dá espacialidade sonora e duas narinas é bom porque se uma enche de meleca tem outra sobrando.


Agora, porque raios nós, homens, temos dois escrotos? Não seria mais simples se o saco fosse feito de uma única grande bola?

terça-feira, 13 de março de 2007

Gênio

Muitos gênios, sim, eram loucos. Concordo. Van Gogh arrancou a orelha fora e o James Joyce ficava de pau duro quando cheirava o pum da sua mulher (é verdade).


Nem todo louco, porém, é gênio. Por isso, eu fico puto quando as pessoas enaltecem as loucuras de qualquer mendigo que anda pela rua. O mendigo fica gritando na esquina que ele é o Touro Sentado e todo mundo acha o máximo, quando na verdade só deveria sentir um pouco de pena.


O que eu quero dizer é que existe uma pá de gente louca que é só louca e nada mais. Pessoas loucas, em geral, são insuportáveis. Às vezes elas são tão loucas que te fazem rir, mas na maioria das vezes o senso de humor delas se limita ao ato de fazer cocô na própria mão e jogá-lo na sua cara.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Halls

Saiu o halls de melancia, que é uma idéia tão boa e harmônica como uma banda de rock com um tocador de fagote ou a camisinha sabor alho-poró.


O único momento que você fica menos desesperado enquanto chupa a bala é quando você fecha os olhos, respira e percebe que nem os caras que inventaram essa idéia idiota tiveram coragem de colocar sabor de melancia no drops, a verdade é que se trata de um halls sabor tutti-frutti.


Mesmo assim é uma merda, só ficaria pior se, para dar o toque de naturalidade, a bala viesse com caroço.


O que acontece, no caso, com os sorvetes novos da Frutare de Maracujá. Ainda bem que não fizeram o picolé de abacate ainda!

Chuchu

Na minha casa, tinha chuchu uma vez por semana. Refogadinho.


É meio que de costume, como o espaguete nas quintas ou o dia do salmãozinho.


Um dia meu pai viu aquela travessa cheia de chuchu no fim da janta e perguntou: "Alguém aqui gosta de chuchu?".


Todo mundo disse que não e desde então a gente não come mais chuchu em casa.

segunda-feira, 5 de março de 2007

Suco

Não é ridículo você ir num restaurante, pedir um suco, e te entregarem o copo com a limonada e o açúcar separado? É como se o cara da cozinha estivesse te dizendo: "sei lá quanto de açúcar você quer, se vira".


O pior disso tudo é que o suco vem até a boca do copo, e ele quer que eu mexa o açúcar com o canudo sem fazer caca. No final das contas, o açúcar fica todo lá embaixo e você toma um suco azedo e sem graça, até chegar no finalzinho, quando você engole um saquinho inteiro de açúcar de uma vez.


O restaurante não pode me dar esse tipo de responsabilidade. No máximo, o certo seria perguntar pra mim se eu quero o suco muito doce ou pouco doce. Do jeito que as coisas são é como se, ao invés de perguntar se eu quero o bife mal passado ou bem passado, eles entregassem um pedaço de carne crua e uma grelha na minha mesa.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Embutidos

Nós, brasileiros, negligenciamos de maneira escandalosa o peperoni. Ele é tão bom, e quase nunca o vejo no menu de uma pizzaria.


Por quê?


É claro que uma calabresa boa já me satisfaz, mas às vezes você quer algo mais picante e dramático. E só o peperoni, entre os embutidos, possui esse peso.


Os únicos lugares que você encontra com certeza uma pizza de peperoni são nas pizzarias americanas, como Pizza Hut ou Domino's Pizza que, na boa, não faz jus à pizza da esquina.